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quarta-feira, outubro 27, 2004

Super Size Me!!!

Saudações amigos leitores e comentadores do blog da desgraça!

Como já devem ter reparado, hoje não me apetece falar de política, não vá aparecer por aí um Ministro a inviabilizar este meu espaço.
Hoje vou falar de um filme inquietante que está nas salas de cinema, de seu nome - Super Size Me

Numa clara onda documental ao estilo Michael Moore, Morgan Spurlock embarca numa aventura gastronómica no fantástico e vicioso mundo do "Fast-Food".
Sendo cidadão de um país onde os Obesos são uma maioria em franca expansão, Morgan decide passar um mês com alimentação exclusiva dessa uma grande marca de "Fast-Food" cujo nome, tem como símbolo um gigantesco M, e que pelo meio, tem um nome de personagem de Walt Disney, para os mais desatentos, é aquele Pato rabugento, o Donald.
Spurlock, jovem saudável (comprovado por 3 diferentes especialistas na área da medicina), demonstra como os alimentos de aspecto inofensivo deste grande gigante multinacional, podem ser nocivos, se ingeridos em grande quantidade.

A cadeia em causa tem o seu mérito. Não é por acaso que as crianças reconhecem figuras relacionadas com o restaurante, e não reconhecem figuras tão universais como Jesus Cristo - cena que me chocou particularmente.
Para além de ser extremamente agradável, e apelar subliminarmente, ao consumo por faixas etárias cada vez mais baixas, todos os ingredientes são escolhidos de forma a garantir um verdadeiro estado de vício, tendo um consumidor habitual, como o ‘experimentalista’ Morgan, sentido vários sintomas de carência que só são suprimidos com alimentos disponibilizados pela cadeia em causa.
Mas não vou ser hipócrita e dizer que não como, nem nunca comi “fast food”
Tempo houve em que os meus jantares eram compostos por menus hiper calóricos, acompanhados por uma típica bebida enorme.
Passado todo este tempo percebi a razão de ser de uns quantos sintomas que eu, e o meu companheiro de jantares, tivemos nessa altura. E não sei se tem alguma explicação genética mas os sintomas manifestaram-se todos, rapidamente no rapaz em causa.



Outra coisa que o filme mencionou foi o 'facilitismo' da civilização Ocidental.
Na minha infância, e boa parte da juventude, comer fora era algo que se fazia em situações muito especiais. A minha alimentação era maioritariamente, senão exclusivamente caseira e saudável.
Creio que não digo nenhuma falsidade se afirmar que, é muito comum, os casais jovens com filhos, optarem por fazer refeições nos espaços de “fast food” com uma certa regularidade.
Não digo que a partir de agora vou banir a 100% a cadeia com o nome do pato, mas fiquei com consciência que, comer “fast-food” passou a ser algo a fazer com um certo carácter extremamente esporádico.

Por último, algo que achei interessante:
- Somos tão críticos para com os fumadores, eu própria sou uma daquelas melgas que zumbe aos ouvidos de um amigo que fume: devias deixar de fumar!, mas não vejo a obesidade e os maus hábitos alimentares da mesma forma.
Curioso, não acham?
Ser obeso é socialmente correcto.
É engraçado como nos sentimos, e manifestamos, o nosso incómodo para com os fumadores mas para com os obesos temos uma postura tão passiva mesmo sabendo que a obesidade é a causadora de graves problemas que podem levar à morte, e que, às vezes, um bom conselho consegue salvar uma vida.

Será que só nos preocupamos com os fumadores porque o conceito de fumador passivo é uma realidade, e o conceito de obeso passivo é uma improbabilidade?
Gostava de saber a vossa opinião sobre esta questão civilizacional.
Afinal mais de metade da população portuguesa (51,6 por cento) tem peso a mais ou sofre de obesidade, e quem sabe, algum de vós até pertence a esta percentagem crescente no nosso país
Por isso é que vos recomendo este filme.

Parafraseando o Lauro Dérmio - Óluaize waxe gude moves

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