Ontem recebi aquela cartinha linda, hoje abri a porta e estava um moço da empresa onde trabalhei aqui para me entregar uma encomenda...
Sabem aquela sensação de um dia terem pertencido a algo do qual agora só podem ver ao longe?
Foi o que senti.
As guias de transporte, as encomendas de clientes que fui eu que criei no sistema informático.
A vida tem destas coisas.
Ainda tive a falar com o estafeta mas não lhe ocupei muito tempo, sei bem do prémio que ele pode perder se tivesse ali a manhã toda na conversa comigo.
... Se não fosse aquele gajo com nome de fruta, eu a esta altura era assistente comercial e estava a fazer alguma coisa que gostava numa empresa a sério e não numa 'micro-empresa'.
Mas não devo ter esta atitude de ingratidão.
É que posso estar numa micro-empresa mas tenho um ordenado, à dimensão da empresa é certo mas é um emprego digno e nos tempos que correm é muito bom.
Amanhã é dia de Electrocardiograma ambulatório contínuo.
Vou andar assim o dia todo e vou-me baldar ao trabalho, sim porque senão o exame não regista nada de jeito, tenho de andar de um lado para o outro.
A pessoa leva o pequeno monitor ao ombro. Com os eléctrodos no peito, o monitor regista continuamente a actividade eléctrica do coração.
Amanhã não vai haver sedentarismo nenhum, nem sedentarismos nem computador, nem ficar em casa a babar... a fazer que vejo televisão.
Vai ser estranho à brava mas vamos lá ver o que me calha nesta rifa da saúde.
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